GALLEIRA (18)

Nón serán estas comarcas montanhosas e esquecidas as únicas que na Galiza conservem tais monumentos e lembrânças. Outras tán ásperas serras, e outros tán retirados lugares, como os que acabamos de mencionar guardarám intáctos todavía os restos das suas primitivas fortificaçóns e as vivas pegadas de que a xente à qual debemos patria, fala, tradiçón, poesía, quanto constitui o nosso passado, tudo quanto é vida da vida deste pobo. Encontrámo-lo alí onde o Narahío passa silencioso por entre as rochas e prantíos e bosques seculares; vexámo-los agora naquela outra rexión montanhosa e solitária onde o Ézaro, ao precipitar-se no caudal das suas àguas sobre o Oceâno, forma a incomparábel cascada do seu nome. E, perto dela, ouvindo o bronco rumor da corrente que se despenha desde a altura sentindo brilhar no horizonte a extensa linha do mar que rompe nunhas praias, que o mundo antigo acreditaba ser o último confín da terra, eleva-se o monte Pindo com os seus cinco colhados cobertos de árbores e malezas, cheios de frescura e tán fermosos como aqueles outros da Grécia, farto gratos às Musas. Ven-se aquí e alí grandes bloques de granito, muitos com sinais do seu primitivo destino relixioso. Entre eles unha enorme rocha vacilante, que os homes sacarom do seu sítio, temerosos de que se desprendera um día e, causa-se danos irreparábeis. O Padre Sarmento, que visitou estes agréstes lugares a meiádos do século passado, afirma que no colhado que mira cara ó despenhadeiro do Ézaro elevába-se um antigo edifício, e que ouvío dizer a um rústico, que era a imitaçón da Torre de Hércules da Coruña, e que había alí “ruínas de edifícios, xardins e calzadas, tudo de silhares”. Opinaba, em vista disto, que podía ser um faro -opinión que ainda hoxe sostenhem alguns, – mas resulta impossíbel, para nós: melhor seríam restos de unha torre dos tempos medievais, para vixiar a costa, á maneira das que ainda podem ver-se desde Cambados a Carril, tanto, que ainda conserva o nome de “Torre Fiel”, nome farto significativo como se verá quando se trate da mitoloxía galega. Os que conhecem a localidade, aseguram que se atopam por aqueles paráxes, abertas em algunhas rochas, inscripçóns muito curiosas cuxas letras com desconhecidas: non as letras, senón a sua leitura, é o que resulta difícil, e em ocasións também o mesmo sentido, como sucede na que temos e ofertamos mais adiante, que parece unha excomunhón e alude sem dúvida a prácticas xentílicias, ou aos habitantes de um castelo, que alí púido existir. Tal vez o que a muitos lhe parecem restos de um faro, non sexam senón os desta fortaleza.

MANUEL MURGUÍA

Deixar un comentario