Prisciliano

PRISCILIANO

(BAIXO A OPTICA HOMICIDA DOS SEUS DELACTORES)

(Tendo indagado com solicitude e descoberto por confesion de muitos maniqueos que foron presos as suas obscenidades e torpezas, fixemos chegar a pública noticia para que em ningum caso parecera dudoso, o que no nosso tribunal, diante de muitos sacerdotes e varons ilustres, de grande parte do senado e do povo, foi descoberto por boca dos mesmos que tinhan perpetrado toda maldade… As actas do proceso o demostran.)
Algo mais que faladurias vulgares houvo, pois, sobre a depravacion dos Maniqueos e Priscilianistas.
O segredo das suas reunions, a máxima de iura, periura, secretum proderi noli, a importancia que na seita tinhan as mulheres, mil circunstancias, em fim, debian facer suspeitar do que San Leon chama execraveis mistérios e incestissima consuetudo dos discípulos de Prisciliano, semelhante nisto ós de Carpócrates, ós Cainitas e a todos os vástagos dexenerados do tronco gnóstico.
Dos seus ritos pouco ou nada sabemos. Xexuavan fora de tempo e razon, sobre tudo nos dias de xúbilo para o povo Cristian. Xuraban polo nome de Prisciliano. Facian simulada e sacrilexicamente as comunhons, reservando a hostia para supesticions que ignoramos. No ponto da xerarquia eclesiástica, levaron até ó extremo o principio de igualdade revolucionária. Nim legos nem mulheres estaban excluidos do ministerio do altar, segundo Prisciliano. A consagracion faciase nom com vinho, senon com uvas e até com leite, supesticion que duraba em 675, data do terceiro concílio Bracarense, quem no seu canon primeiro o condena.
Non ha que encarecer a importancia da astroloxia, da maxía e dos procedimentos teúrxicos neste sistema. Todos os testemunhos estan conformes em atribuir  a Prisciliano grande pericia nas artes goéticas, mas non determinan quais. No único fragmento seu que conhecemos, denota o muito que estimaba a observacion astrolóxica, que para el debia de substituir q qualquer outra ciencia, posto que daba a clave de todo fenómeno antropolóxico.
Tal é a lixeira notícia que podemos dar das opinions prescilianistas reunindo e cotexando os dados que a elas se referen, senon bastan a satisfacer a curiosidade, dan ó menos comprida idea do caracter e fundamentos de tal especulacion heréctica. Restanos apreciar a seu inflúxo em posteriores extravios do pensamento ibérico. Mas antes conviria averiguar porque arraigou tan fundamente em terra Galega e se sostivo, mais ou menos paladina e descobertamente, por perto de tres séculos o priscilianismo.
Unha opinion recente, defendida por D. Manuel Murguia, na sua Historia de Galicia, parece dar algunha solúcion a este progulema. O Panteísmo Céltico non estaba borrado das rexions occidentais da Península ainda despois da conversion dos Galaicos. Por isso a Gnosis Egipcia, sistema panteista tamen, topou ánimos dispostos a recebela. Mas ha unha dificuldade; o panteísmo  dos Celtas era materialista, inspirado por um vivo e enérxico sentimento da natureza; em quanto ó espírito humano, non sabemos nem é creibel que o identificasem com deus. O contrário, o panteísmo que ensinou Prisciliano é idealista, desprecia ou ódia a matéria, que supon criada ou gobernada polos espíritos infernais.
Mas semelhanzas ha noutras circunstancias. Os Celtas admitian a transmigracion, e de igual maneira os priscilianistas. Unhs e outros cultivaban a necromancia ou  evocacion das almas dos mortos. As supesticions astrolóxicas, mais desarrolhada no priscilianismo que em ningunha das seitas irmans, seria favorecida polos restos do culto sidérico, fondamente encarnado nos rituais Célticos. O sacerdócio da mulher non parecia novidade aos que habian venerado as druidesas. ¿e os rituais nocturnos, celebrados in latebris, em bosques e em montanhas, a que parece aludir o concílio de Zaragoza, e que eran ignorados polos demais Gnósticos? claro parece a sua orixem se a interpretacion do canon non é errada.
Deixadas aparte estas coincidencias, sempre parece singular que num fim de mundo latino nascese e se desarrolhase tanto unha das formas da teosofia greco-oriental. Sabido é  que os occidentais repudiaron como por instinto todas as herexias de carácter especulativo e abstracto, abrindo tan só  a porta a subtilezas dialécticas como as de Arrio; e non é menos certo que,  se algunha concepcion heréctica enxemdraron, foi de tudo práctica e enderezada a resolver os temas da grácia e do libre albedrío; a de Pelaxio por exemplo.
O Naturalismo, quando se funda nunha concepcion âmplia e poderosa da natureza como entidade, tem certa grandeza, ainda que falsa, e non carece de rigor científico, que pode deslumbrar a entendimentos apartados da verdadeira luz.
Que valor tem o Priscilianismo ós olhos da ciencia? Escasso ou ningum, porque carece de orixinalidade. E o resíduo, o substractum dos delírios Gnósticos. Se por alguma qualidade se diferença, é polo rigor lóxico que lhe leva a aceitar todas as consequencias, até as mais absurdas; o fatalismo, vervigrácia, ensinado com a crueza maior com que pode ensinalo seita alguma; o pessimismo mais acre e desconsolador que o de qualquer discípulo de Schopenhauer.
Que significa ós olhos  da história? A última transformacion da Gnósis e do Maniqueismo decadentes em dogmas e em moral. Baixo este aspecto, o Priscilianismo é importante,  como única herexia Gnóstica que dominou um tanto nas rexions do Occidente. E ainda poidera dicerse que os miasmas que ela deixou na atmósfera contribuiron a enxendrar nos séculos doze e trece á peste dos Cátaros e Albigenses. O qual a ninguem parecerá incrível ( sem que por isso o afirmemos), posto que Prisciliano tivo discípulos em Itália e na Gália Aquitánia, e só deus sabe por que ínvisibel trama se perpectuaron e uniron nas névoas da Idade Média os restos boms e maus da civilizacion antiga. Non bastaban os Maniqueos vindos da Trácia e da Bulgária para producir aquel fogo que ameaçou devorar o Meio Dia da Europa.

D. Marcelino Menendez Pelayo

Deixar un comentario